domingo, 29 de agosto de 2010

Os desapontamentos da vida

“Fui Eu que Fiz isto”
(1 Reis 12:24)

Os desapontamentos da vida são na realidade apenas determinações do meu amor. Tenho uma mensagem para ti hoje, meu filho. Vou segredá-la suavemente ao teu ouvido, a fim de que as nuvens anunciadoras da tempestade, quando aparecerem, sejam douradas de glória, e para que os espinhos, que porventura cerquem o teu caminho, sejam afastados. A mensagem é curta – uma simples frase, mas deixa que entre no fundo do teu coração e que seja para ti como almofada onde possas descansar a tua cabeça fatigada:

FUI EU QUE FIZ ISSO”
* Você nunca imaginou que tudo o que te diz respeito, diz respeito a Mim Também? “Porque aquele que tocar em vós toca na menina do Meu olho” (Zc 2:8). Você é precioso para mim, e é por isso que me interesso especialmente pelo seu crescimento espiritual. Quando a tentação te assalta e o inimigo “vem como uma inundação”, quero que você saiba que “isto vem de mim”. Eu sou o Deus das circunstâncias. Você não foi colocado onde está por acaso, e sim porque este é o lugar que escolhi para você. Você não pediu para ser humilde? Saiba que o lugar onde você está é o único onde poderás aprender bem esta lição. É por intermédio de tudo quanto te rodeia e até dos que te cercam que a Minha vontade em você se cumprirá. Você tem dificuldades monetárias? Custa-te viver com o que tens? “Eu é que fiz isto”. Porque Eu possuo todas as coisas. Quero que recebas tudo, e que dependas inteiramente de Mim. As minhas riquezas são ilimitadas (Fl 4:19). Prova-me para que se não diga a teu respeito: “Contudo, não creu no Senhor seu Deus”.


* Você está passando pela noite escura da aflição? “Eu fiz isto”. Deixei-te sem qualquer auxílio humano para que ao voltares para Mim, encontres consolação eterna (2 Tess 2.16,17).

* Você está desiludido com algum amigo em quem você confiou? “Fui Eu que Fiz isto”. Permiti esse desapontamento para que você pudesse aprender que Eu, Jesus, sou o teu melhor Amigo. Eu te livro de cair, combato as tuas lutas. Anseio por ser o seu confidente.

* Alguém disse coisas falsas sobre você? Não fique preocupado; vem para mais perto de Mim, debaixo das minhas asas, longe de qualquer troca de palavras, porque “Eu farei sobressair a tua justiça como a luz e o teu juízo como o meio dia” (Salmo 37:6). Onde estão os teus planos? Você se sente esmagado e abatido? “Fui Eu que fiz isto”. Não foi você quem fez os seus planos, e depois Me pediu para abençoá-los? Eu quero fazer os teus planos. Eu quero assumir toda a responsabilidade, porque ela é pesada demais e você não poderia realizá-la sozinho (Êx 18:18).

* Você já desejou alguma vez fazer qualquer coisa de grande importância no teu trabalho por Mim? E, em vez disto foi posto de parte, talvez num leito de dor e sofrimento? “Fui Eu que fiz isto”. Não podia prender a tua atenção doutra forma, enquanto estavas tão ativo. Desejo ensinar-te algumas das Minhas lições mais profundas. Somente aqueles que aprenderam esperar pacientemente é que podem Me servir. Os Meus melhores trabalhadores são, às vezes, aqueles que estão fora do serviço ativo, pois assim eles podem aprender a manejar melhor a arma que se chama Oração.

* Foste chamado de repente a ocupar uma posição difícil, cheia de responsabilidade? Vai, conta Comigo! Dou-te esta posição, cheia de dificuldades, porque “O Senhor teu Deus, te abençoará em tudo quanto fizeres” (Dt 15:18).

* Ponho hoje nas tuas mãos o vaso de óleo santo. Tira tudo quanto quiseres meu filho, para que todas as circunstâncias que possam levantar-se diante dos teus pés, cada palavra que te magoe, qualquer coisa que prove a tua paciência, cada manifestação da tua fraqueza, sejam ungidas com este óleo santo. Não esqueça que, interrupções são instruções divinas. A dor que você sofrer será na medida em que você Me enxergar em todas as coisas. Portanto, aplica o teu coração a todas as palavras que hoje testifico entre vós, ”Porque elas são a vossa vida” (Dt 32:46,47).

Este manuscrito foi achado na Bíblia de John Nelson Darby, depois do seu falecimento.

Extrído do site www.delciomeireles.com

Como desenvolver o fruto do Espirito?

Gl 5:22 "Mas o fruto do espírito é: caridade, (Gr. ágapéi: amor divino em ação) gozo (alegria, satisfação), paz, longanimidade (paciência, tolerância), benignidade (gentileza, consideração), bondade (desejo de ajudar), (fidelidade), mansidão (brandura), temperança (domínio próprio)." Os acréscimos entre parêntese são de termos encontrados em diferentes traduções da Bíblia.

O fruto do espírito é o caráter do cristão revelado em suas múltiplas facetas. Não se trata de "frutos do Espírito", no plural, mas do "fruto do Espírito", no singular. Esse singular pode tanto dar a ideia de totalidade, como usamos em expressões como "o fruto do meu trabalho", e também de algo coeso e integral, como uma fruta que é formada por casca, polpa, sementes, fibras, vitaminas etc. Mesmo assim é uma fruta que tem todas essas coisas se desenvolvendo de forma harmoniosa e simultânea.

Quando um cristão é paciente, mas que não demonstra amor ou temperança, essa paciência pode não ser fruto do Espírito, mas apenas um traço natural de sua personalidade. Você encontra incrédulos ou ateus que podem possuir essas qualidades individuais muito mais acentuadas do que muitos cristãos, mesmo assim são apenas qualidades naturais de caráter, e não o fruto do Espírito.

Um exemplo da multiplicidade de característica de um fruto é o vinho e a descrição que um degustador especializado é capaz de fazer de suas múltiplas qualidades, apesar de ter sido produzido de uma fruta comum, a uva. Se olharmos deste ponto de vista, o fruto do Espírito é o sabor e a fragrância que os outros podem notar no crente.

Para que seja o fruto do Espírito, todas essas características precisam se desenvolver simultaneamente e em conjunto, e não individualmente. Uma fruta, cuja semente ou casca se desenvolvesse mais do que as outras partes, seria uma aberração e acabaria não passando em um teste de qualidade. Quem diz que ama a Deus e odeia a seu irmão não está falando do amor que é fruto do Espírito.

O Senhor Jesus é o exemplo perfeito de um Homem no qual podiam ser encontradas essas múltiplas facetas do fruto do Espírito:

  1. Amor: Ninguém maior amor do que o demonstrado na cruz.
  2. Gozo: Ninguém jamais teve maior gozo ou alegria em fazer a vontade do Pai.
  3. Paz: Você se lembra de como ele dormia no barco enquanto a tempestade rugia?
  4. Longanimidade: Lembra quem disse "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem"?
  5. Benignidade: Quem foi que pediu que deixassem as criancinhas irem a ele, e que disse a todos "Vinde a mim"?
  6. Bondade: Jesus é o próprio samaritano da parábola que ele mesmo contou.
  7. Fé, no sentido de fidelidade: Jesus jamais falhou em atender as expectativas, tanto do Pai como dos que vão a ele.
  8. Mansidão: Ninguém é mais manso e humilde do que aquele que lavou os pés de seus discípulos.
  9. Temperança: O Senhor manteve total controle de si mesmo e submissão ao Pai diante das tentações no deserto.

Procure enxergar o fruto do Espírito como os atributos de Cristo em nós que são produzidos pelo Espírito de Deus. Outro exercício interessante é tentar associar essas qualidades com as que encontramos relacionadas ao amor em 1 Coríntios 13:4-8.

As obras da carne, que afetam diretamente sua manifestação, são relacionadas nos versículos anteriores, como "adultério, prostituição (fornicação, imoralidade), impureza, lascívia (luxúria, libertinagem, indecência), idolatria, feitiçarias (bruxaria, superstição), inimizades (ódio), porfias (pleitos, litígios, brigas, rivalidades), emulações (ciúmes), iras (acessos de raiva), pelejas (rivalidades), dissensões (disputas, discórdias, sedições, divisões), heresias (facções, partidos), invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes" (Gl 5:19-21)

Antes que você considere isso uma lista fechada, não se esqueça dos "coisas semelhantes".

Na passagem "o fruto do Espírito" é apresentado em contraste com as "obras da carne". Obras são coisas produzidas pela energia humana e pela vontade própria, enquanto um fruto é produzido pelo ramo que recebe sua seiva do tronco. A diferença entre uma obra e um fruto é tão grande quanto a diferença entre uma fruta de plástico produzida em uma fábrica e uma fruta cultivada em um pomar. Por maior que seja a semelhança exterior de uma fruta artificial com a verdadeira, ela continua sendo uma obra morta, como são as tentativas do homem religioso de transformar seu caráter pela obediência à Lei de Moisés, que é o contraste que o contexto apresenta aqui.

Neste sentido podemos entender que as obras da carne podem tanto ser as coisas daninhas, que impedem que o fruto do Espírito se manifeste, como também nossos esforços em criarmos um fruto artificial, uma mera aparência da obra do Espírito em nossa vida. Ódio, mau humor, inquietude, intolerância, rejeição, indiferença para com os que sofrem, infidelidade, falta de humildade e de controle próprio são apenas alguns dos traços que se contrapõem ao fruto do Espírito.

Gl 5:16 "Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne".

O fruto do Espírito é cultivado por meio de uma atitude, ou "andar em Espírito", enquanto as obras da carne vêm por meio de uma concessão: dar lugar à carne para que ela se manifeste. É por isso que precisamos beber constantemente da água pura da Palavra de Deus, para que esse fruto do Espírito seja cada vez mais manifesto em nós. Lembre-se de que a fruta artificial precisa de trabalho para ser produzido, mas a verdadeira cresce em função de sua ligação com a fonte da seiva que a alimenta. Quanto maior essa ligação, maior e mais saudável a fruta. Quanto mais essa conexão com o tronco estiver estrangulada por outras coisas, menor e menos evidente é a fruta.

Se o fruto estiver incerto quanto à sua conexão com o tronco, ele não crescerá. A certeza da salvação eterna e da fidelidade de Deus nos salvando em graça são essenciais para que a seiva corra livremente. O fruto do Espírito não pode ser fabricado com nossos esforços. É só a vida de Cristo que pode produzir este fruto.

Autor: Imão Mario Persona
Extraído do site www.respondi.com.br

O Fruto do Espírito - 8ª Parte - TEMPERANÇA

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.” (Gálatas 5:22-23 RA)

Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei.” (Gálatas 5:22-23 RC)


  • TEMPERANÇA/DOMÍNIO PROPRÍO

Chegamos a ultima parte desta serie de estudos onde investigamos o significas das palavras que compõem o Fruto do Esprito conforme Gl 5:22-23. Hoje nos deteremos em investigar sobre a temperança.

Esta ultima parte do fruto do espirito é traduzida geralmente por temperança ou domínio próprio, no grego tata-se do termo “enkrateia” definido pelo Léxico Grego de Strong da seguinte forma:


enkrateia, auto controle (virtude de alguém que domina seus desejos e paixões, esp. seus apetites sensuais)

Já o dicionário Vine nos traz o seguinte:

enkrateia, derivado de kratos, “força”, ocorre em At 24:25; Gl 5:22; 2Pe 1:6(duas vezes), em todo esses textos sendo traduzido por “temperança”; “autocontrole” é a tradução preferível, visto que a “temperança” está limitada a uma forma de autocontrole; as varias capacidades concedidas por Deus ao homem são passáveis de abuso; o uso correto delas exige o poder controlador da vontade sob operação do Espirito de Deus; em At 24:25, a palavra vem depois de “justiça”, o que representa as reivindicações de Deus, sendo o autocontrole a resposta do homem a ela; em 2 Pe 1:6, a palavra vem depois de “ciência”(ou “conhecimento”), sugerindo que o que se aprende deve ser posto em pratica.(Dicionário Vine, CPAD)

Como podemos ver, a temperança ou domínio próprio, consiste no poder de auto dominar-se, não cedendo as nossas próprias paixões ou desejos, esmurando o corpo para que não ame a preguiça, refreando a língua e as ações, controlando as faculdades mentais e emocionais. Temperança é o poder para rejeitar a nossa vontade e fazer a vontade de Deus. Temperança é “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”.

O homem sem Deus apesar de conhecer o bem e o mal(Gn 3:22), é totalmente incapaz de rejeitar o mal e escolher o bem.

Ele(Deus) vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos,” (Efésios 2:1-5 RA)

Mesmo o cristão, que tem a vida de Deus, pode falhar e não ter domínio próprio. Nós podemos ser escravizados pelo nosso próprio corpo, as vezes pode ser uma tortura acordar cedo para ler a palavra ou orar. Podemos não ter controle sobre a nossa própria língua e falar coisas que depois venhamos a arrepender-nos. Muitas vezes não conseguimos controlar nem nosso próprio pensamento, a mente é um orgão da nossa alma, mais parece que não nos obedece, queremos esquecer algo, mas ela insiste em ficar pensando naquilo. Nós deveríamos controlar nossas emoções, mas parece que elas é que nos controlam, perdemos a calma e nos irritamos como se não tivéssemos um Deus que está no controle de tudo. Muitos de nós não controla nem mesmo o apetite e acabam caindo no pecado de glutonaria.

A maioria dos dos cristãos tem como endereço Romanos capitulo 7:

Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7:15-24 RA)

Somente o Espirito Santo pode fazer com que um homem tenha autocontrole.

Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.” (1 Coríntios 6:12 RA)

A temperança é um mandamento para o Cristão:

Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante,” (Tito 1:7-8 RC)

por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade;” (2 Pedro 1:5-6 RA)

Mas como podemos alcançar o domínio próprio? Não poderei te responder, mas creio que o caminho certamente passa por Romanos 9:

Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.” (1 Coríntios 9:25-27 RA)


Oração: Pai, tenho constantemente falhado em minha carreira, os meus fracassos em viver uma constante comunhão contigo tem sido tantos, que já não suporto mais. Ajuda-me a escolher e conseguir viver para ti, conseguir ter uma vida de oração, conseguir ter amor por tua palavra, viver em intimidade contido e sempre fazer tua vontade. Oh! Pai, socorre-me, preciso de ti, mas não tenho forças nem mesmo de subjugar meus próprios desejos. Oh! Senhor, me mostra o segredo de uma vida vitoriosa, o segredo de viver em Cristo, pois em Cristo somos mais que vencedores. Amém!


Em Cristo,

Solimar Silva e Silva

solimarss@hotmail.com

Bibliografia: Dicionario Vine, Léxico grego de Strong, Biblia Sagrada(versões RA e RC).

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O Fruto do Espirito - 7ª Parte - MANSIDÃO

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.” (Gálatas 5:22-23 RA)

“Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei.” (Gálatas 5:22-23 RC)

MANSIDÃO

Chegamos agora a penúltima parte do fruto do Espirito, trata-se da palavra grega “praotes” que é geralmente, no português, por traduzida por mansidão. De todas as traduções e versões que olhei apenas a NTLH traduziu diferente, ela usa a palavra delicadeza.

O léxico grego de Strong define esta palavra da seguinte maneira:

“Gentileza, bondade, humildade. Este termo está fundamentada na mesma idéia de humildade, e vai além dela. É a atitude de mente e o comportamento que, vindo da humildade, dispõe alguém para receber com gentileza e humildade qualquer coisa que venha a ele de outros ou de Deus.”

O dicionario Vine nos dá uma definição mais detalhada, como se segue:

“prautes” ou“praotes”, forma mais antiga , denota “mansidão”. Em seu uso na Escritura, na qual tem um significa mais extenso que nos escritos gregos seculares, não consiste só no “comportamento exterior da pessoas; nem ainda em suas relações para com o próximo; tampouco na sua mera disposição natural. Antes é uma entretecida graça da alma; e cujos exercícios são primeiro e primariamente para com Deus. É o temperamento de espirito no qual aceitamos Seus procedimentos para conosco como bons, e, portanto, sem disputar ou resistir; está relacionado deperto com a palavra tapeinophrosune [humildade], resulta diretamente dela[...] é somente o coração humildade que também é manso, e o qual, como tal, não luta contra Deus e mais ou menos se debate e combate com com Ele. Esta mansidão, porém, sendo em primeiro lugar uma mansidão para com Deus, tambem o é diante dos homens, até de homens maus, proveniente de um senso de que estes, com os insultos e danos que possam inflingir, são permitidos e empregados por Ele para castigo e purificação dos eleitos”(Trench, New Testament Synonyms, § xlii). Em Gl 5:22, está associado com o termo enkrateia, “temperança, autocontrole, autodomínio”.

O significado de proutes “não é expresso prontamente em nosso idioma, pois o termo mansidão, brandura, comumente usado, sugere franqueza e pusilanimidade em maior ou menor extensão, ao passo que prautes não diz nada disso. Não obstante, é difícil encontrar uma tradução, menos aberta á objeção que 'mansidão'; 'gentileza' foi sugerida, mas como prautes descreve uma condição de mente e coração, e visto que 'gentileza' é apropriada preferivelmente para ações, esta palavra não é melhor que a outra. Deve ser entendido claramente que a mansidão manifestada pelo Senhor e recomendada para o crente é o fruto do poder. A suposição comum é de que quando o homem é manso é porque ele não pode se ajudar; mas o Senhor era 'manso' porque Ele tinha os recursos infinitos de Deus à sua disposição. Descrita negativamente, a mansidão é o oposto da arrogância e egoísmo; é a equanimidade que de espirito que não é nem altivo nem deprimido, simplesmente porque não está de modo algum ocupado com o ego”.

“Em 2 Co 10:1, o apóstolo apela para a 'mansidão [...]de cristo'. Os cristãos são incumbidos de mostrar 'toda mansidão para com todos os homens' (Tt 3:2), pois a mansidão fica bem nos 'eleitos de Deus' (Cl 3:12). A essa virtude o 'homem de Deus' é exortado; ele deve seguir a 'mansidão' para o seu próprio bem (1 Tm 6:11), e no serviço, e mais especificamente em seus procedimentos para com os 'ignorantes e errados', ele deve exibir um 'espirito de mansidão'(1 Co 4;21; Gl 6:1); mesmo 'os que resistem' devem ser corrigidos em mansidão (2 Tm 2:25). Tiago exorta seus 'amados irmãos' para receberem 'com mansidão a palavra […] enxertada' (Tg 1:21). Pedro ordena a 'mansidão' para apresentar a razão da esperança cristã (1 Pe 3:15 RC)”(extraído de Notes on Galatians, de Hogg e Vine, pp. 294, 295).

Como podemos ver, ao contrario do pesamento comum, a mansidão nada tem a ver com falta de animo, apatia, e muito menos com covardia. Mansidão é uma virtude tão necessárias em nossos dias. O nosso Mestre foi manso e devemos seguir seus passos:

“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.” (Mateus 11:29 RA)

Há gloriosa promessa para os mansos:

“Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz.” (Salmos 37:11 RA)
“Buscai o SENHOR, vós todos os mansos da terra, que cumpris o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; porventura, lograreis esconder-vos no dia da ira do SENHOR.” (Sofonias 2:3 RA)
“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.” (Mateus 5:5 RA)

Por isso somos exortados:

“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição.” (Colossenses 3:12-14 RA)


Oração: Oh! Senhor, como precisamos ter um coração manso, e crer que todas as coisas são para o nosso bem, que nossa luta não é contra a carne. Pai, dá-nos pelo poder do teu Espirito a capacidade de manifestarmos a mansidão de Cristo, nosso cordeiro, e podermos embelezar nosso testemunho diante dos homens e glorificarmos o teu nome. Amém!

* Pusilanimidade = Falta de coragem; fraqueza de ânimo. (Sin.: covardia, frouxidão, poltroneria.)
* equanimidade = Ânimo inalterável, sempre igual, tanto na adversidade como nos bons momentos. Espírito sereno, equilibrado. Correção e imparcialidade.

Em Cristo,
Solimar Silva e Silva
solimarss@hotmail.com
Bibliografia: Dicionario Vine, Léxico grego de Strong, Biblia Sagrada(versões RA e RC).

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O Fruto do Espirito - 6ª Parte - FIDELIDADE/FÉ

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.” (Gálatas 5:22-23 RA)


Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei.” (Gálatas 5:22-23 RC)



Você deve ter notado que o versículo de Gl 5:22 na vesão RA(Almeida Revista e Atualizada) possui a palavra “fidelidade” e enquanto a versão RC (Almeida Revista e Corrigida) tem em seu lugar a palavra “fé”. Como podemos explicar esta divergência? Afinal de contas fé é uma coisa e fidelidade e outra. Realmente no português fé e fidelidade são palavras diferentes, o mesmo não ocorre no grego, que possui apenas uma palavra para descrever estas duas coisa.

Neste verso aparece o termo grego “pistis”, que segundo o dicionario Vine tem o seguinte significado:

pistis, primariamente, “persuasão firme”, convicção fundamentada no ouvir (cognato de peitho, “persuadir”), sempre é usado no Novo Testamento acerca da “fé em Deus ou em Jesus, ou ás coisas espirituais”.

A palavra é usada com referencia:

(a) à confiança;
“a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé(pistis), para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos;” (Romanos 3:25 RA)

(b) à fidedignidade, fidelidade, lealdade;
“E daí? Se alguns não creram, a incredulidade deles virá desfazer a fidelidade(pistis) de Deus?” (Romanos 3:3 RA)

(c) por metonímia, ao que é crido, o conteudo da crença, a “fé” ;
“E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé(pistis).” (Atos 6:7 RC)

(d) à base para a “fé”, a garantia, a certeza;
“porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza(pistis) a todos, ressuscitando-o dos mortos.” (Atos 17:31 RC)

(e) a um penhor de fidelidade, fé empenhada;
“tendo já a sua condenação por haverem aniquilado a primeira fé(pistis).” (1 Timóteo 5:12 RC)



Fé é crer na fidelidade de Deus, é ver aquele que é invisível:

“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho. Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.” (Hebreus 11:1-3 RA)

“De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.” (Hebreus 11:6 RA)

“todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma.” (Hebreus 10:38-39 RA)

Abaixo segue um trecho do livro “Five, 'Musts' of the Christian Life”(Cinco 'Deveres' da Vida Cristã) de A. W. Tozer:

“Tende fé em Deus” (Mc 11:22).

Há anos atrás Hudson Taylor chamou minha atenção para essas palavras do nosso Senhor, e me falou da imensa bênção que elas tinham sido para ele. Parecia como se o Salvador lhe dissesse: 'Hudson Taylor, vou evangelizar a o interior da China. Se você andar comigo, o farei através de você'. O desafio e a proposta foram alegremente aceitos, e antes que aquele servo fiel de Cristo passasse para o Lar, mil missionários estavam trabalhando na China.

O Segredo que ele tinha discernido foi contar com a fidelidade de Deus, e acreditar que o que foi verdadeiro para Abraão seria verdadeiro para ele mesmo. “E creu ele no Senhor, e imputou-lhe isto por justiça” (Gn 15:6).

Em 1 Samuel 1 verso 18, lemos da mãe de Samuel, que depois de ter esvaziado a sua alma a Deus, pedindo que um filho pudesse ser dado a ela, segui seu caminho, e tomou o lugar na festa do sacrifício com uma calma satisfeita em seu rosto “a mulher já não era triste”(1Sm 1:18). Se soubéssemos de tudo, suponho que descobriríamos que ela não sentiu nenhuma necessidade de repetir sua oração, de tão segura que estava do que tinha sido concedido, e que seu filho lhe seria dado. Ela reconheceu a fidelidade de Deus.

Em João 4 verso 50, o oficial, que veio da cabeceira da cama de seu filho que estava morrendo para buscar ajuda do Salvador, estava tão satisfeito porque seu pedido tinha sido respondido e seu filho vivia, que voltou para casa imediatamente depois de ter recebido a garantia do Salvador: “vai, o seu filho vive”. “E o homem creu na palavra que Jesus lhe disse, e foi-se”. Ele estava tão seguro de que sua petição foi concedia que realmente dormiu em seu caminho para Cafarnaum, de tão confiante que estava não houve mais necessidade de inquietude. Ele reconheceu absolutamente a promessa do Senhor e sabia que o que Ele disse assim deve ser. Ele não estava, portanto, em absoluto surpreso em saber pelos seus empregados na manhã seguinte que o rapaz estava curado. Ele reconheceu a promessa do Senho, e estava em paz.

Em Atos 27 verso 25 e verso 34, Paulo, que descansa na promessa de Deus de que tinha dado a ele a vida de todos os seus colegas passageiros, foi capaz de inspirar tal confiança neles que todos tomaram a sua ultima refeição antes de de lançar a carga de grãos ao mar e isso, antes mesmo que a luz do dia revelasse a enseada pela qual puderam dirigir navio. Já que Deus tinha dado a ele a palavra segura da promessa, sentiu que não havia mas nada para fazer ou temer. Em outas palavras, ele reconheceu a fidelidade de Deus.

Na bela historia de Rute, temos um ilustração na vida humana do semelhante reconhecimento da promessa de um homem confiável. Ao cair da tarde , Noemi e Rute, depois de laboriosa viagem, alcançaram Belém. Provavelmente a velha casa tinha permanecido inabitada e ali se abrigaram, dependendo para se alimenta das respiga de Rute nos campos vizinhos. Ela ajuntou com bom exito, mas a melhora definitiva da posição delas só poderia vir através de algum acordo para seu futuro. Conforme a tradição hebraica tinha uma reivindicação sobre um cidadão importante, um parente próximo, que universalmente reconhecido, e cuja presença no conselho da vila era a garantia da ordem e da justiça. Os pesamentos de Noemi constantemente se voltaram em direção a ele, e ela se alegrou em saber que ele estava preparado para fazer tudo o que estava ao seu alcance para ajuda-las.

A solução desta questão teve de ser decidida pelo conselho da vila. Horas e horas se passaram em suas lentas formalidades. Entrementes as duas mulheres esperavam o veredicto. A mulher mais velha teve fé na cuidadosa providencia de Deus e sentiu-se segura que tudo estaria bem. Rute achou difícil ser paciente. Ela continuou se colocando sobre seus pés, indo á porta, olhando para cima e para baixo da rua, febrilmente com excitação e incapaz de se conter entre luzes e sombras que perseguiam uma a outra em se coração.

Finalmente Noemi não pode suporta-lo mais, e disse: “sossega, minha filha, até que saiba como irá o caso, porque este homem não descancará até que conclua este negocio” (Rt 3: 18). Logo ouviram passos ao longo da rua e Boaz entrou para dizer que tudo foi acertado. O caminho estava aberto para ele ajustar a propriedade e o campo e tomar Rute em casamento. Depois da noite de choro veio a manhã de alegria, e Rute entendeu o que seu futuro marido pretendia dize quando falou do seu descanso sob as asas do Shequinah. Assim essas duas mulheres foram capazes de sentar calmamente esperando, porque confiaram na fidelidade do homem. Quando colocamos a nossa causa e necessidade nas mãos de Cristo, vamos ficar imóveis seguros de que Ele não desistirá nem falhará. Fique sossegada, minha filha, fique sossegada. Descansa no Senhor e espera pacientemente por Ele.

Essas três ilustrações do descanso e paz que entram no coração que aprendeu a confiar na fidelidade divina ou humana, se cuidadosamente ponderandos, apontarão o caminho que devemos andar quando estamos incomodados quanto às questões e aos resultados das nossas orações. Entregue suas cargas a Deus por um ato de fé pueril. Então confie Nele e ouse acreditar que Ele assumiu toda a responsabilidade. Faça conhecidas as suas petições. Deixe-as com Deus. Confie em seu cuidado fiel para fazer tudo o que tem de ser feito. Prossiga em seu caminho em paz.


Oração: Oh! Senhor no dê um coração pronto a confiar na tua fidelidade, um coração que descansa em paz depois de entregar a Ti todas as suas questões. Pois sabemos que todas as coisas estão em tuas mãos e nada está fora do teu controle. Amém!


Em Cristo,
Solimar Silva e Silva
solimarss@hotmail.com
Bibliografia: Dicionario Vine, Léxico grego de Strong, Biblia Sagrada(versões RA e RC), Revista "O Vencedor".